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Biografia e foto: https://amaerj.org.br/

 

ÁUREA PIMENTEL PEREIRA

( BRASIL – RIO DE JANEIRO )

 

Áurea Pimentel ingressou na Magistratura do Rio de Janeiro com 30 anos, em 1960, após concurso que contou com 158 candidatos, dos quais 25 aprovados.
O jornal “O Globo” destacou, à época, que a posse de Áurea Pimentel não foi apenas uma vitória pessoal, mas da mulher brasileira. A reportagem definiu a nova juíza como firme e determinada. A magistrada contou à publicação que sua vocação se revelou aos cinco anos de idade.
“Minha mãe, que sempre teve gosto pela advocacia, conversava muito comigo sobre casos de julgamento, explicando-me como se fazia uma defesa e uma acusação. Aquilo me impressionava e despertava o meu interesse. Um dos meus brinquedos preferidos era ‘fingir’ de advogado, passando horas fazendo discursos e defendendo os ‘meus’ casos. Isso constituía uma diversão para minha família, pois eu era realmente muito pequena para agir assim. Mas era uma verdadeira vocação que com o tempo se foi firmando e concretizando. E a maior prova disso é a minha presente vitória”, disse, em agosto de 1960.
A morte da desembargadora aposentada Áurea Pimentel Pereira, aos 92 anos. Uma das pioneiras da Magistratura nacional, foi a primeira mulher brasileira a presidir o Tribunal do Júri.

 

A TOGA E LIRA: coletânea poética. Abeylard Pereira Gomes ...[
et al.: apresentação por Fernando Pinto.   Rio de Janeiro: Record, 1985.  224 p.                      Ex. doação do livreiro BRITO, Brasília

 

 

        CICLO VITAL

Chuva que passa
Chuva que bate
Como fumaça
Contra a vidraça
Vinda dos céus
Carro que passa
Porta que bate
Alguém que salta
Lá vem você!

As horas passam
Mão se entrelaçam
Eu e você!
E a chuva bate
Bate e repassa
Como fumaça
Contra a vidraça
Vinda dos céus.

As horas passam
Ergues-te e vais
Vejo um aceno
De um vulto ameno
Último adeus.

                           (1967)



PEQUENA TRISTE

Eu hoje vi uma criança sem amor
Olhar distante, sorriso triste, coração frio,
Semblante manso, face sem brilho e esplendor,
Cabelos longos a emoldurar rosto vazio.

Dos lábios finos saíam frases sem calor,
Nos olhos ternos assim perdidos
Sem expressão, abandonados e sem fulgor.
Não brotam a lágrima e o pranto comovidos.

Eu hoje vi uma menina só e amargurada
Alva como um lírio puro se odor
Tão pequenina, mas que expressão cansada
A tal menina triste sem amor.
(1968)

*

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Página publicada em junho de 2023


 

 

 
 
 
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